Nos
dias hodiernos, muitos se intitulam pastores e usam o texto de I Tm
3, 1 "Fiel
é a palavra: se alguém aspira ao episcopado excelente obra almeja"
com a desculpa que todos devem "desejar
ser"
um pastor, se esquecendo principalmente em ser um servo.
O
Apóstolo Paulo
se refere a tarefa a ser exercida, pois é louvável a Deus;
entretanto "desejar" significa dirigir o coração a algo,
pois a liderança
é uma excelente obra.
Muitos "querem
ser ou desejam ser",
outrossim notamos a “omissão”
do "ofício
ou serviço a ser desenvolvido",
pois o título não deveria ser tão valorizado ao ponto que somente
isso, seja importante, mas ambos tem suas relevâncias (I Tm 5, 17, I
Ts 5, 12-13, Hb 13, 17).
A
palavra "episcopal"
em nenhum momento destaca posições ou diferenças eclesiásticas,
mas tem como objetivo de enfatizar a função exercida como um
guardião, superintendente, supervisor e líder espiritual; Pois a
principal motivação deve ser pelo desejo do bem estar do povo de
Deus, em servir o próximo e não em busca da posição, título e
interesses, mas reconhecendo a missão onerosas que é incômoda e
sobrecarrega; concomitantemente tendo certeza que o cumprimento desse
nobre serviço é altamente satisfatória quando exercemos para a
glória de Deus.
Partindo
do pressuposto, Jesus é o verdadeiro exemplo nas qualidades de um
líder em João 13, 5, mostra
a atitude de lavar os pés dos discípulos; ato comum nos tempos
bíblicos, pois as viagens a pés nas estradas empoeiradas da judeia,
tendo como proteção o uso de sandálias, se fazia necessário esse
costume como sinal de hospitalidade; sendo um serviço do servo mais
simples da casa; mas Jesus em obediência a Deus e humildade, o fez,
pois Ele veio para servir e não para ser servido, Marcos 10, 42-45.
Infelizmente
vivemos uma época que muitos líderes, apenas desejam a posição,
poder, fama, reconhecimento e autoglorificação, forçando as
pessoas servirem as suas vaidades humanas gananciosas.
No
entanto existem padrões e regras baseadas na Bíblia para serem
seguidas, advertindo para ter muito
cuidado na escolha de um líder "A
ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos
pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro"
I
Tm 5, 22; Para evitar
a punição de um líder, não se apresse na escolha, primeiro
investigue
a
existência de problemas ou pecados, pois a personalidade de uma
pessoa é revelado com o tempo; Se a escolha for rápida, estaremos
fazendo um exame superficial dos erros ou das boas qualidades,
escolhendo homens mal qualificados e os bem qualificados poderão ser
esquecidos e não identificados; Por isso precisamos seguir as
Escrituras, orar e solicitar a direção de Deus que trará bons
resultados para a igreja do Senhor Jesus.
Mesmo
aplicando tais orientações não estaremos isentos de pecados e
falhas na igreja e na liderança; Caso venha aconteça e o líder
persista no erro, deve ser repreendido com propósito de restauração
e maneira justa para que os demais tenham temor a Deus e não cometam
os mesmo pecados; Dessa forma demostraremos
nossas convicções de acordo com a Palavra de Deus e a oposição ao
pecado, nos conservando puro e tendo capacidade de escolher quem pode
servir a igreja ou não.
Mas
como procurar saber quais as qualidades para um verdadeiro líder? A
práxis
constante das Sagradas Escrituras, gera um padrão na pessoa e na
qualidade de um líder; Em I Pedro 5, 1-4 instrui o líder a ter
responsabilidade
de conduzir a igreja por meio do genuíno ensinamento, ter maturidade
e ser equipado para combater qualquer heresia, com as
seguintes qualidades
de:
"Apascentar"
guiar, cuidar e pastorear não por força, voluntariamente por amor,
consciente da necessidade de servir a Deus e as pessoas;
Não
por torpe ganância,
sabemos que os líderes recebiam pagamento pelo seu serviço e
ofertas para os necessitados, no entanto não tornariam ricos e
gananciosos, como acontece hoje; Pedro adverte para tomarem cuidado
com a ambição ao dinheiro, tendo ânimo pronto e desejo de servir;
Não
como tendo domínio sobre a herança de Deus,
não ser ditador, mas cuidar e não abusar da autoridade para não
prejudicar as pessoas por suas vaidades e caprichos.
I
Tm 3, 1-13, descreve sobre uma
vida irrepreensível,
que não há falhas no comportamento e nada exista para qualquer tipo
de acusação; ter
caráter
ilibado de boa reputação na igreja e na sociedade;
Marido
de uma mulher,
alguns teólogos tiveram varias interpretações, como no caso de não
ser casado, ideia que teve força, porque os falsos ensinadores
proibiam o casamento (I Tm 4, 3), No
entanto, devemos descartar esta hipótese, pois Paulo e Timóteo não
eram casados e instruíram os que queriam casar, para quem fizesse
tal escolha (1 Tm 5, 14, I Co 7, 25-33);
caso for casado, deve ser um homem de única mulher, posicionando-se
contrário ao mundo que não conhece a Deus, pois a Bíblia não
aceita o casamento por conveniência, mas exige fidelidade e
participação, (Gn 2, 24) e se tornarão uma só carne;
Ser
temperante ou vigilante,
seria outra maneira de dizer que o líder tem discernimento firme e
equilibrado, cauteloso;
Ser
sóbrio,
vida
com moderação, limites, não ser radical e não ser liberal, mas
ter “equilíbrio”;
Ser
honesto,
ter uma boa reputação, sincero, refere-se ao respeito social,
comportamento digno;
Ser
hospitaleiro,
era uma cultura difundida no Oriente Médio e no Antigo Testamento
(Hb 13, 2), havia a necessidade da
hospitalidade
na igreja primitiva, pois eram
raríssimas
as hospedarias, e muito usadas apenas por ladrões e meretrizes;
Aptos
para ensinar,
dever e responsabilidade de entender e ser capaz de ensinar as
verdades da Palavra de Deus, sabendo lidar com os falsos pregadores e
ensinadores que destorcem o genuíno Evangelho;
Não
pode ser dado ao vinho,
seus
reflexos, sua mente não podem ser obstruídas por nada, mas deve ser
cheio do Espirito de Deus (Ef 5, 18);
Não
pode ser espancador,
uma pessoa violenta ofende outros de forma (verbal, física, sexual e
até mesmo espiritual) é insegura e insensível;
Deve
ser moderado e não contencioso,
livre da aspereza, severidade, violência, contenda, briga, discussão
e falatórios;
Governar
bem a sua casa,
administração misericordiosa que traz direção, orientação,
amor, compaixão e firmeza;
Não
pode ser neófito,
não ser menino na fé “imaturo”, mas ter conhecimento e firmeza
da Palavra de Deus;
Ensoberbecendo-se
caíra na condenação do diabo,
da mesma maneira que Satanás caiu por causa do seu orgulho; Não
devemos dar responsabilidades para pessoas novas na igreja e sem
maturidade, pois podem ser alvos da tentação do orgulho, da emoções
e razões, ao ponto de ser influenciado por pessoas inescrupulosas
“desonestos ou desleais;
Boa
reputação com os de
fora,
significa manter um padrão de exemplo, não ser impedimento para as
pessoas aceitarem
a Cristo. Bem como devemos
ser líderes com grande respeito ao sumo e bom pastor “JESUS
CRISTO” (João 10, 11-14), agindo dessa maneira, teremos grande
recompensa do Senhor nosso Deus e ganharemos muitas almas para Jesus.
Pr.
Charles Fernandes - CIADESCP /CGADB
Bacharel em
Teologia, Administração Financeira
Pós-graduação em Gestão
e Metodologia do Ensino Superior Interdisciplinar - Artigo escrito para a editora FAEST.